Ciclo de vida de dispositivos de movimentação de cargas: do projeto à recertificação

Todo acessório de içamento (balancim, gancho-C, manilha, lingada, travessa, etc.) possui um ciclo de vida que garante segurança, rastreabilidade e conformidade. Abaixo, veja cada etapa — do projeto à recertificação — e como aplicar isso no dia a dia da sua operação.

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1) Projeto e cálculo: Categoria + Classe (ASME BTH-1)

A etapa de engenharia define geometria, materiais, coeficientes de segurança e combinações de carga conforme a aplicação.

• Categoria de Serviço: frequência e severidade de uso.

• Classe de Projeto: vida útil prevista em ciclos.

• Resultado: memorial de cálculo, WLL (Working Load Limit) e identificação técnica do dispositivo.

Por que importa? Um projeto corretamente enquadrado reduz risco de fadiga, deformações e falhas por sobrecarga.

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2) Fabricação: materiais e soldagem qualificados

A construção deve seguir o desenho aprovado e os requisitos de qualidade:

• Materiais certificados (traçabilidade por heat number).

• Procedimentos de soldagem (WPS/PQR) e soldadores qualificados.

• Controles dimensionais e ensaios de fabricação quando aplicável.

Benefício: previsibilidade de desempenho, padronização e base sólida para inspeções futuras.

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3) Inspeção inicial + prova de carga (125% da WLL)

Antes de entrar em operação:

• Inspeção visual e dimensional para validar integridade e identificação.

• Prova de carga: ensaio estático a 125% da WLL, com controle do assentamento e eventuais deformações.

• Documentação: relatório técnico com fotos, instrumentos utilizados e rastreabilidade.

Objetivo: comprovar que o dispositivo suporta a carga de trabalho com folga de segurança.

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4) Operação segura: rotinas, checklists e inspeções frequentes

O uso diário exige disciplina operacional:

• Checklists de pré-uso (soldas, olhais, pinos, deformações, desgaste, trincas aparentes, identificação legível).

• Treinamento de operadores (amarras corretas, ângulos de lingada, centro de gravidade, velocidade e sinalização).

• Inspeções frequentes com critérios de aceitação e retirada de serviço em caso de não conformidade.

• Armazenamento e transporte adequados para evitar danos entre usos.

Resultado: menos paradas, menos retrabalho e redução de incidentes.

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5) Recertificação: inspeções periódicas + END + relatório técnico

Em intervalos definidos pela engenharia/uso:

• Inspeção visual detalhada (medição de desgaste, alinhamento, folgas, corrosão).

• END – Ensaios Não Destrutivos quando aplicável (LP – Líquido Penetrante, PM – Partículas Magnéticas, US – Ultrassom, etc.).

• Reprova de carga quando necessária.

• Correções/manutenções com nova inspeção.

• Relatório de recertificação com validade, recomendações e plano de monitoramento.

Meta: manter o dispositivo apto e rastreado ao longo da vida útil, dentro das premissas de projeto.

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Não é burocracia — é segurança e conformidade

Seguir o ciclo de vida não é papelada:

• Protege pessoas e ativos.

• Atende normas técnicas e auditorias.

• Evita multas, paradas e perdas por falha de dispositivo.

• Cria histórico técnico para tomada de decisão (vida residual, substituição, upgrade).

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Checklist rápido para sua operação

• Dispositivo com placa de identificação e WLL legível

• Memorial de cálculo e desenho aprovados

• Certificados de materiais e qualificação de solda

• Relatório de prova de carga inicial (125% WLL)

• Plano de inspeções (frequentes e periódicas) com critérios claros

• Registros de END e relatórios de recertificação atualizados

• Treinamento de operadores e checklists de pré-uso

• Procedimento de retirada de serviço e ação corretiva

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FAQ rápido

O que é WLL?
É o Limite de Carga de Trabalho definido no projeto. Nunca deve ser excedido.

Quando recertificar?
Depende de categoria/classe, severidade de uso e histórico de inspeção. Em ambientes severos, os intervalos costumam ser mais curtos.

Todo dispositivo precisa de END?
END é aplicado conforme risco e criticidade. A engenharia define o escopo (pontos de solda, regiões de maior tensão, etc.).

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