Todo acessório de içamento (balancim, gancho-C, manilha, lingada, travessa, etc.) possui um ciclo de vida…

Manutenção preditiva em equipamentos abaixo do gancho: quando aplicar ensaios não destrutivos (END)
Quando falamos de dispositivos de elevação — como ganchos C, balancins travessa, tenazes e spreaders — a segurança e a confiabilidade não podem depender apenas da inspeção visual. Muitos danos relevantes não aparecem a olho nu, mas podem comprometer a estrutura, reduzir a vida útil e gerar riscos operacionais sérios.
Por isso, empresas que operam com movimentação de cargas precisam ir além do básico e adotar práticas de manutenção preditiva, incluindo o uso de Ensaios Não Destrutivos (END) em inspeções periódicas. Esse é um processo alinhado às exigências da ASME B30.20, norma internacional de referência para equipamentos abaixo do gancho.
Por que os END são essenciais?
Trincas iniciais, falhas de solda, pontos de concentração de tensão e descontinuidades internas são imperceptíveis na inspeção visual tradicional, mas representam os principais gatilhos de falhas estruturais.
Os END permitem:
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Detectar defeitos em estágios iniciais
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Reduzir o risco de falha catastrófica
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Prolongar a vida útil do equipamento
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Definir o momento correto da manutenção
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Aumentar a segurança da operação e da equipe
Ou seja: prevenir é sempre mais barato e mais seguro do que reparar após uma ruptura inesperada.
Técnicas mais utilizadas em equipamentos abaixo do gancho
Cada método de END tem sua aplicação específica. Na manutenção de ganchos, tenazes e balancins, os mais recomendados são:
PT – Líquido Penetrante
Ideal para identificar trincas superficiais, por menores que sejam.
É amplamente usado em:
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Ganchos C (área da garganta e raio interno)
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Tenazes (regiões de contato e esforço)
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Placas e componentes com risco de fadiga
MT – Partículas Magnéticas
Excelente para detectar falhas em soldas e descontinuidades próximas à superfície
Recomendado para:
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Soldas de olhais
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Placas estruturais
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Cordões críticos submetidos a esforços repetitivos
UT – Ultrassom
Fundamental quando se busca identificar descontinuidades internas, como inclusões, delaminações ou trincas internas.
Aplicado principalmente em:
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Balancins sólidos
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Chapas espessas
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Componentes estruturais com grande volume
Quando aplicar END? Recomendação da ASME B30.20
A norma indica o uso de END especialmente para equipamentos classificados como:
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Serviço severo ou pesado
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Operação com alta ciclagem
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Situações com suspeita de dano após sobrecarga ou impacto
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Após reformas ou soldas estruturais
Além disso, é recomendado incorporar os END no plano de inspeção periódica anual, garantindo que todos os equipamentos mantenham integridade estrutural conforme o WLL (Working Load Limit) definido em projeto.
END como parte da manutenção preditiva
Incluir END em um plano de manutenção permite evoluir de uma rotina corretiva para uma abordagem preditiva:
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Identificação precoce = reparos mais simples
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Evita paradas inesperadas
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Aumenta a confiabilidade do processo
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Reduz o custo total de propriedade do equipamento
Para setores como siderurgia, metalurgia, logística e distribuição de aço, essa abordagem é indispensável para garantir produtividade e segurança.
Veja também:
Ciclo de vida de dispositivos de movimentação de cargas: do projeto à recertificação
Fatores de Segurança no Projeto: Como a ASME BTH-1 Garante a Confiabilidade Estrutural
Checklist de Segurança no Uso de Ganchos C: Erros Comuns e Como Evitá-los
Considerações finais
A utilização de Ensaios Não Destrutivos em dispositivos abaixo do gancho, além de uma boa prática, é uma estratégia de segurança operacional alinhada às normas internacionais. Ela reduz riscos, prolonga a vida útil dos equipamentos e preserva a integridade da operação e da equipe.
Se sua empresa ainda não incorporou END às inspeções, este é o momento ideal para começar. A Max-Crane oferece suporte especializado em inspeções, manutenção, recertificação e fabricação de dispositivos de elevação com engenharia certificada.
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